O Primo Rico e a Parábola do Filho Pródigo


Hoje foi o segundo dia do “Desafio Jesus” do Thiago Nigro. Quem já conhece, eventualmente ele lança um desafio, que consiste em um período de aulas para a vida e para finanças (que é o nicho dele), às 5h06 da manhã (horário BSB). Hoje, boa parte do tempo foi dando diversos insights sobre a Parábola do Filho Pródigo.

Quando eu era jovem, eu sempre me identificava com o filho mais velho: aquele que se esforça, que faz tudo direitinho, que dá o sangue… e que não tem o trabalho reconhecido (era como eu via). Enquanto a maioria do mundo, das pessoas, eram esses fanfarrões que fazem e acontecem e “tá tudo bem”, porque “Deus perdoa”..

Da forma que era dito, parecia até que Deus ficava feliz que a pessoa bancasse a cigarra a vida toda e quando chegam as consequências das suas escolhas, se fazem de vítima e são acolhidas (e muita gente faz isso sim, porque tem quem passe pano, isso é outra verdade).

(A propósito, ontem eu li um trecho de um livro da Marie Louise Von-Franz – discípula do Jung – onde ela registrava que a empatia pela pena pelos outros, é uma justificativa nossa, para as nossas fraquezas. O que aliás, faz todo sentido: se você convence a pessoa a não condenar o deslize do outro, quando o seu deslize vir à tona… vai ter prerrogativa pra dizer “mas você perdoou fulano e não vai perdoar a mim?” Mas eu não vou entrar nesse mérito hoje).

Porém hoje quando Thiago começou a narrar a parábola me ocorreu uma visão que eu nunca tinha tido, e que provavelmente me atrapalhou esse tempo todo (as crenças limitantes, como diz o Hélio Couto!).

Pois bem, essa foi a lição para a minha vida, e talvez não se aplique à sua, mas dá pra dar uma pensada legal:

Quando nos esforçamos para fazer tudo certo, quando isso é uma necessidade de reconhecimento (nem vou entrar no mérito de quando na sua vida, essas crenças se formaram…), quando você absorveu que o caminho da vida é o do sofrimento e do trabalho árduo, e zero recompensas aqui na sua vida terrestre… você não enxerga que o bezerro para comer com os seus amigos sempre esteve disponível e você estava tão concentrado em seu paradigma, que não percebeu que não precisava pedir, só viver, a benção estava lá e está lá o tempo todo, desde que você queira viver não só a labuta, mas também usufruir o que já é teu, o que teu mérito de afinco, já te dá.

Então quando vem um doidivanas arrasando tudo e ficando bem, e ainda sendo laureado e premiado na vida, você fica se remoendo: “como assim essa pessoa faz tudo isso… e ainda tem tudo isso?”

É o velho questionamento de “por que coisas boas acontecem com pessoas más?” e “por que coisas ruins acontecem com pessoas boas?”, que são os dois lados de uma mesma moeda.

Está escrito que o sol nasce para todos, bons e ruins. Também está escrito sobre o que foi resumido como a Lei do Retorno: um dia a conta chega e não é você a pessoa investida para cobrar. Tenha certeza disso!

Logo, vivamos a vida com o que ela já nos dispôs, sem deixar que a crença em “aqui só é vale de lágrimas” te acorrente. Porque é fato que coisas boas estão aí, acontecendo todos os dias e que você vai conseguir enxergar se não ficar com o foco só no trabalho como tormenta pelos seus erros. Trabalho é oportunidade de aprender e crescer com o aprendizado! Quando você aprende, passa a evitar os erros que já identifica, logo, as chances de sucesso aumentam! (Mas a gente não está preparada para essa conversa, porque é mais fácil achar que tudo é perseguição: até na perseguição há aprendizado)

Afinal, o salmo 23 diz “AINDA QUE eu ande por um vale de lágrimas” e não “o tempo que dure a minha vida neste vale de lágrimas”.

E os que vivem como querem… também tem sua própria cota de “desejar até a comida dos porcos” (passar pela humilhação), que vai chegar na hora e proporcionalmente. São as consequências do que foi plantado e isso é inevitável, ainda que enquanto estiver no desfrute da “vida loca” ache que o prazer vai durar para sempre e as consequências nunca virão ou “valem a pena”.

Como encerrou o Thiago hoje, “A consequência do pecado é maior que o benefício do pecado.”. Que se soma a outras frases dele, como a clássica (e minha preferida) “Nunca vale a pena sacrificar o que você quer a longo prazo, pelo que você deseja no curto prazo”, no imediato.

Consequências é aquilo que nós nos acostumamos a chamar de “vida”. A conta vai, isso é certo. “Quem planta vento, colhe tempestade”, também está escrito. Você não precisa ser “a vida” de ninguém, a Lei do Retorno já se ocupa disso. O filho pródigo perdeu os “amigos” quando acabou o dinheiro, passou fome, teve que ir fazer o trabalho que lhe era – como judeu – o mais humilhante, para se dar conta que “exigir o que era de direito” e fazer com isso (livre arbítrio) o que desejasse, tinha consequências e elas chegam das maneiras mais variadas.

Mas Deus que é pai, não é genitor (essa eu aprendi ontem!), também dá a uns e a outros, a oportunidade de ver que tudo pode ser diferente e que as consequências de plantar uma fruteira doce, é melhor que plantar um espinheiro.

A nota pra vida de hoje é essa: faça sua parte, mas também se permita viver os frutos do seu esforço, do seu trabalho, do seu afinco. Não puxe para você a odisseia de viver eternamente o vale de lágrimas, e esperar que as coisas boas só aconteçam “no céu”, porque elas estão aqui e agora, acontecendo e dispostas a você! O sol nasce para todos!

Sobre Carmen Gonçalves

Entusiasta da Arte de Escrever!
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